Diminuição da camada de ozônio e exposição ao sol pode causar catarata e outras doenças oculares

O olho humano é diariamente exposto a radiação ultravioleta proveniente da luz solar e algumas doenças oculares tem como fator de risco tal exposição, seja acumulada ao longa da vida ou na fase da infância/adulto jovem. Com a diminuição da camada de ozônio e o consequente aumento da irradiação ultravioleta, as pessoas tem maior risco de desenvolver algumas doenças oculares.

Tumores de pele nas pálpebras (carcinoma de células escamosas e carcinoma de células basais) e de superfície ocular na conjuntiva ou córnea (neoplasia escamosa de superfície ocular) são patologias associadas a exposição solar. O carcinoma de células escamosas tem como fator de risco a exposição solar cumulativa ao longo da vida, enquanto o carcinoma de células basais parece ter mais relação com a quantidade de exposição ao sol antes dos 20 anos de idade. Seus sintomas podem ser discretos e até assintomáticos, portanto avaliação frequente pelo oftalmologista pode detectar precocemente um tumor de pele nas pálpebras ou na superfície ocular

O tratamento para essas doenças inclui excisão cirúrgica e/ou colírio quimioterápico, crioterapia e radioterapia.

Pterigio e pinguécula, lesões benignas que ocorrem na conjuntiva de algumas pessoas, também tem íntima relação com a exposição solar. Em países tropicais há maior incidência dessas lesões. A pinguécula normalmente não ocasiona muitos problemas ao paciente e é comum orientar a lubrificação ocular quando o olho fica mais vermelho e irritado, já o pterígio quando cresce sobre a córnea gera mais incômodo estético e também pode gerar cicatrizes nessa estrutura ocular, nesses casos há indicação de excisão cirúrgica, em alguns casos selecionados.

Outra doença ocular bem conhecida, que tem relação com o tempo de exposição solar e maior prevalência em países com maior radiação sola,r é a catarata. Seu tratamento é cirúrgico, conhecido como facoemulsificação.

Com o envelhecimento populacional e aumento da expectativa de vida, a doença macular relacionada à idade (DMRI), causa de cegueira em pacientes mais idosos, acomete muitos dos nossos pacientes, também tem associação com a radiação ultravioleta, porém estudos mostram que a luz azul (luz visível) é fator de risco maior. Tanto a luz azul como a luz ultravioleta podem alterar a camada de células chamada epitélio pigmentar da retina, camada essa doente na DMRI. Não há tratamento definitivo para a DMRI, classificada em seca ou exsudativa. Mas nas formas moderadas são indicados polivitamínicos específicos que previnem a piora da doença. Já na forma exsudativa, pode ser controlada com injeções de medicações intraoculares, os antiangiogênicos.

Outra patologia rara e grave, que também tem como fator de risco a exposição solar, é o melanoma uveal. Tumor intraocular com risco de metástase para outras partes do corpo. Há tratamento a depender da localização, estadiamento e tamanho, que inclui braquiterapia, radioterapia, termoterapia transpupilar e enucleação.

Mudanças comportamentais para diminuição a exposição solar seriam o uso de protetor solar, uso de óculos de sol com proteção contra os raios UV e bonés/chapéus, ajudando na prevenção do aparecimento dessas doenças oculares ao longo da vida. Além disso, como todos, mesmo que com todos os cuidados, somos diariamente expostos aos raios UV, é de grande importância fazer consultas rotineiras ao oftalmologista para detecção precoce de patologias oculares, podendo muitas vezes, através de tratamento precoce, melhorar futuros resultados.

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